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terça-feira, 13 de março de 2012

A biografia de Salinger



 Bom, como disse estou postando a Biografia do Salinger que foi lançada no ano passado, autor de somente 4 títulos e dono de um título de tremendo sucesso "O Apanhador no campo de centeio", que após esse acontecimento ficou recluso e sem dar entrevistas em uma cabana sem energia na montanha.
 Salinger morreu, em 2010, aos 91 anos, a biografia que consumiu sete anos de trabalho, Kenneth Slawenski, de 54 anos, fã de Salinger e criador do blog DeadCaufields.com, desmonta os mitos do sucesso instantâneo e da reclusão intempestiva.
 Apesar de ser dono de apenas poucos títulos ele poderia ter muitaaaa coisa para contar, e esse livro conta muitas, revela rumores e mal entendimentos desde a juventude do autor.
 Neste livro o autor associa muitos acontecimentos da vida de Salinger ao clássico renegado por ele, como por exemplo ser quase expulso de um renomado Colégio interno que ele estudava.
Os textos de Salinger foram rejeitados durante anos, por diversas publicações, inclusive a "New Yorker", na qual viveria a glória. Publicado em 1951, quando Salinger, aos 32 anos, era um veterano da Segunda Guerra Mundial, "O apanhador no campo de centeio" acompanhou seu autor (com os manuscritos ainda em versão preliminar) no desembarque na Normandia, na libertação de Paris e até a vitória na Alemanha. Salinger foi um dos 563 sobreviventes entre os 3.080 soldados aliados que enfrentaram os alemães na gelada floresta de Hürtgen em dezembro de 1944.

A experiência da Segunda Guerra Mundial foi o episódio essencial da vida dele. A guerra levantou uma série de questões sobre a Humanidade, sobre Deus, sobre relacionamentos. E essas questões encontram seu caminho para o papel, então o Salinger do pós-guerra é extraordinariamente melhor do que era antes - diz Slawenski

 Encerrada a guerra, Salinger permaneceu na Alemanha, trabalhando como agente de contrainteligência em Nuremberg. Lá, casou-se com a médica alemã Sylvia Louise Welter, para quem conseguiu um passaporte francês falso. Vivendo os efeitos do que então se chamava fadiga do combate - e que hoje seria definido como estresse pós-traumático -, Salinger procurou tratamento psiquiátrico. Mas, segundo Slawenski, sua preocupação já era a publicação de "O apanhador", um livro que ele sabia que seria polêmico.

 Ele contou a Ernest Hemingway que o único motivo pelo qual buscou tratamento foi o medo de receber baixa por problemas psicológicos, e o que isso significaria quando ele lançasse o livro. Ele temia que as pessoas fossem citá-lo como "o cara que foi expulso do Exército" - conta Slawenski.
Na pesquisa para o livro, o biógrafo não encontrou indícios de que Salinger tivesse voltado a recorrer a algum tipo de tratamento psiquiátrico. O processo de reclusão começou na década de 1950 e teve ao menos dois momentos decisivos: em 1961, no auge do sucesso, repórteres e fotógrafos passaram a rondar a casa de Salinger nas proximidades do vilarejo de Cornish, em New Hampshire, escondendo-se atrás das árvores para tentar roubar uma imagem, ou assediando seus vizinhos.
 A partir dali, não havia mais volta. Ele se ressentia muito da invasão de privacidade. Salinger via a reclusão como o preço a pagar pela dedicação ao trabalho, e o trabalho era tudo, era a vida dele - afirma Slawenski.
Em 1965, Salinger parou de publicar, embora continuasse escrevendo, o que alimentava especulações de que haveria um cofre gigantesco com seus escritos na propriedade em que vivia com a segunda mulher, Claire, e os dois filhos, Margaret e Matthew. As informações, contudo, eram escassas, e os poucos amigos do escritor que se atreveram a romper a lei do silêncio foram punidos com a ruptura.
Um incidente trágico aprofundaria os problemas de Salinger na noite de 8 de dezembro de 1980: Mark Chapman, o assassino de John Lennon, esperou a polícia prendê-lo lendo "O apanhador no campo de centeio", sentado no meio-fio em frente ao edifício Dakota, onde o ex-beatle morava, em Nova York.
 Ele ficou com medo de ir a Nova York, parou de abrir as cartas dos fãs. O assassinato de Lennon teve um efeito terrível sobre ele.
O mistério sobre a produção dos últimos 45 anos de vida de Salinger não foi desfeito nem com sua morte. Slawenski conta que, como muitos dos fãs do autor, teve esperança de que a família iniciasse o processo de publicação em algum momento, mas isso não aconteceu. Especula-se que Salinger teria pedido alguns anos de espera aos administradores de seu espólio - a terceira mulher, Colleen, e o filho mais novo, Matthew. Margaret, a primogênita, foi excluída depois de publicar um livro autobiográfico no qual retratava o pai sob uma luz negativa, em 2000.
 Eles parecem não ter pressa. T.S. Eliot não queria que suas cartas fossem publicadas, e elas acabaram saindo, mas só depois de 25 anos. Espero que não tenhamos que esperar tanto tempo - conclui Slawenski.

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